sexta-feira, 11 de junho de 2010

São portas…

Abrem-se portas,

Mas logo se fecham.

Quero luz,

Quero sol,

Alegria!...

Escuto, observo…

Sinto o cheiro do ar…

Silêncio…Breu…

Cheira a mofo…

Caminho,

Tropeço,

Caio,

Rasgo a pele.

Levanto-me,

Sigo em frente…

Oiço o murmúrio das águas,

Sinto o cheiro a fresco;

Baixo-me, tacteio e sinto

A frescura da água corrente.


Limpo as feridas,

Lavo meu rosto

Sujo de pó e sangue

De lágrimas de dor.

Prossigo…

Há réstias de luz

Além!...

Ouço o esvoaçar dos morcegos

Arrepio-me…

Respiro fundo…

Descontraio…

Já ouço o trinado dos pássaros!...

A luz penetra a medo

Pelas frestas.

Estou mais confiante;

Avanço!...

E…no limiar deste túnel escuro,

Já vejo o Sol a brilhar,

Os pássaros a chilrear,

A relva verde!...


Nova porta se abre!...

Vou aproveitar

E viver mais um momento

De alegria, felicidade.

Ou, de novo fracasso?!...

De nova desilusão?!...

Não sei, mas quero viver,

Amar, rir,

E, se necessário for,

Continuar a sofrer…

10/06/2010

Maria Carolina Sá