terça-feira, 27 de setembro de 2011

A ternura do amor


Como eu te queria dizer
Quanto é belo este mundo
O quão bom é o viver
Se o nosso coração
Está feliz e em paz
E deixamos fluir
Todo o amor que guardamos
E com lágrimas o regamos
Para ver depois florir
Em lindas corolas multicores
No jardim do nosso ser
O fruto dos nossos amores.

Tu querias ser feliz
Mas como poderias sê-lo
Se por mais que me ames
Nunca consegues dizê-lo?

Não podes ser narcisista
Ditador ou egoísta;
Tens sempre de acreditar
Que em todo o ser humano
Sempre poderás encontrar
Algo de belo ou insano
Onde sempre aprenderás
Que há algo a respeitar.

Verás, que muito em breve,
Se deixares germinar
Dentro do teu coração
A semente do amor,
A felicidade virá
E o jardim do teu ser
Terá sempre o perfume
A candura e a beleza
Duma planta em flor.

23/08/2011
Maria Sá

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Póvoa de Encantos Mil


Póvoa de encantos mil
Do lindo céu anilado
Do azul e imenso mar
Do homem forte e viril
Que com coragem e vigor
Enfrenta no dia a dia
Este mar tão prazenteiro
Sem pensar e sem temor
Que se pode em breve tornar
No túmulo mais traiçoeiro.

Sempre, sempre a navegar
Lá vai o pescador poveiro
De velas soltas ao vento
Sulcando o lindo mar
Buscando no meio das ondas
O cabaz do seu sustento.

E, na praia, lá está
Sua tricana poveira
Rezando à Virgem Mãe
Que o traga são e salvo
De novo, pr’a sua beira.

Tricana Poveira


Olha a linda tricaninha
Vestida de alva blusa
Mãos na cinta
Face erguida
Mui radiosa e altiva
Pr’o pescador,
Uma musa!

De cabelo ondeado
Preso atrás,
Bem penteado,
Com seu avental garrido
Bordado bem a preceito
O sapato alto e preto
De brilhantes enfeitado
Batendo bem o tacão
Com graciosidade e com jeito.

Lá vai ela, bem trigueira
E com um ar confiante
Exibindo com galhardia
A beleza e a ousadia
Da linda mulher poveira.

Hino à Póvoa


Póvoa!
Férias!
Mar azul!
Passeatas ao luar…
Ver cair o pôr-do-sol
Lá longe… por trás do mar!

Sol!
Areia!
Água fresca!
Passeios à beira mar…
Gaivotas soltando gritos
Lá no céu a esvoaçar!

Ouvia-se a ronca da Póvoa,
Havia nevoeiro no mar!
Ao Garrett ou ao Póvoa-Cine
Toda a malta ia parar.

E, se o vento soprava,
Lá do Norte, sem parar,
Era certo que à Junqueira
Todos iam passear.

Lá tinha lojas de modas
Ourivesarias e bares,
Sapatos, brinquedos e doces,
Para a todos agradar

E assim eram as férias
Nesta Póvoa tão faceira;
Mesmo em dias de chuva,
Íamos todos à Junqueira.

Com estas recordações
Tão belas da mocidade,
Abracei a linda Póvoa
Vim viver nesta cidade.

Maria Sá

15/06/11

Sonhos Brancos


Eram brancos
E voavam… voavam…
Pairavam no ar
Felizes planavam
Tão rentes ao mar.

Seriam pombas,
 Gaivotas ou nuvens?
Ou apenas sonhos
Perdidos no ar?!...

Meus sonhos brancos
Meus gritos de dor
Ecoando, bradando,
No meu peito a gritar.

São falsos sorrisos;
Felicidade vã;
São mágoas,
São dores,
Que teimo em guardar.

26/10/2010

Sonhos


A vida é feita de sonhos.
No caminho que calcorreamos diariamente, vamos idealizando aquilo que gostaríamos de ser ou ter, enfim, um sem número de sonhos com que vamos alimentando a nossa existência.
Lutamos, trabalhamos, esforçamo-nos ao máximo para podermos concretizar e, muitos outros, são destruídos pouco depois de alcançados.
Apesar disso, há em nós uma necessidade de irmos acreditando nos nossos sonhos, embora a maior parte deles ser um verdadeiro fracasso nas nossas vidas; ora porque nunca os conseguimos realizar, ora se esvaem por entre os dedos como os grãos de areia.
Esta caminhada da vida é feita de tudo isto: entusiasmo, alegria, coragem, desilusão, abnegação, fracasso, realização mas, acima de tudo, muita coragem e perseverança e, acreditando sempre, que Deus, Nosso Pai, jamais nos abandonará e, com esta confiança, seremos capazes de enfrentar os problemas com a certeza de que tudo conseguiremos e, apesar dos imensos senãos, ainda estaremos prontos para continuar sempre a lutar pelos nossos ideais.
Sonhar…sempre.
Desistir…nunca.

sábado, 17 de setembro de 2011

Um raio de luz


Sopra um vento forte!
Quase que me faz tombar…
As árvores vergam,
Ouvem-se assobios por entre as frestas,
Vem do Norte,
Há “carneirinhos” no mar.

As ondas sobem na praia
Desfazendo-se em água e espuma
E dentro do meu coração
 Vai-se formando uma bruma.

São nuvens baixas
 Nevoeiros matinais
Sopra o vento
Arrasta as nuvens
Vão desaparecendo os meus ais.

O Sol brilha!
O céu, de um azul anilado,
Reflecte-se no mar neste dia tão agreste
Mas lindo e ensolarado.
  
E a vida, assim nos conduz;
Por trás do vento forte,
Há sempre um raio de luz.

Maria Sá
08-07-2011

Mar... Doce mar...


Onde estás ó doce mar
Que te vinhas espraiar
Nesta areia morna e terna
Que sempre te esperava
Qual amante enfeitiçada
Para em meus braços te enlear?!

Onde jaz teu marulhar
Da onda suave e mansa
Do teu canto de sereia
Que me seduz e enleia
Nas noites de lua cheia
À luz suave do luar?!

Ouço o teu rugido medonho
Qual fera enjaulada
E com grilhetas amarrada
Nesse profundo e negro abismo
Nesse rosnar enfadonho
De quem já perdeu a esperança
Das medusas se libertar.

E, nesse lamento sem fim,
Nesse choro constante e louco
Que tentas aquietar
Revolves as tuas entranhas
E num grito forte e rouco
Gemendo de dor e cansaço
Desfazes-te em espuma
E em molhos de sargaço
Vens de novo te espreguiçar
No calor do meu regaço
Onde podes descansar.

16/o9/2011