Onde estás ó doce mar
Que te vinhas espraiar
Nesta areia morna e terna
Que sempre te esperava
Qual amante enfeitiçada
Para em meus braços te enlear?!
Onde jaz teu marulhar
Da onda suave e mansa
Do teu canto de sereia
Que me seduz e enleia
Nas noites de lua cheia
À luz suave do luar?!
Ouço o teu rugido medonho
Qual fera enjaulada
E com grilhetas amarrada
Nesse profundo e negro abismo
Nesse rosnar enfadonho
De quem já perdeu a esperança
Das medusas se libertar.
E, nesse lamento sem fim,
Nesse choro constante e louco
Que tentas aquietar
Revolves as tuas entranhas
E num grito forte e rouco
Gemendo de dor e cansaço
Desfazes-te em espuma
E em molhos de sargaço
Vens de novo te espreguiçar
No calor do meu regaço
Onde podes descansar.
16/o9/2011
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