Deixa-me rir
Daquele que passa
Empertigado
Tão cheio de graça
Pensando que os outros
O vão adorar.
Deixa-me rir
Deste mundo infame
Carunchoso e podre
Prestes a ruir
E daqueles que pensam
Ter o poder nas mãos
Mas ocos, vazios,
Numa angústia atroz
Se passeiam ufanos
Espalhando a dor
Destruindo famílias
Desprezando os velhos
Semeando desgraça
Fomentando rancor.
E, nesta vida,
De ilusão constante
Vou rir,
Para não chorar
De tanta farsa
Tanta hipocrisia
Tantos corações
Prenhes de riqueza
Vazios de alegria
Passeando ufanos
Querendo mostrar
Tesouros acumulados
Mas sem nada,
Mesmo nada,
Para partilhar.
Maria Sá
7/7/2011
Ver video de declamação do poema no Sarau de Poesia
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