sábado, 13 de agosto de 2011

Deixa-me Rir

Deixa-me rir

Daquele que passa

Empertigado

Tão cheio de graça

Pensando que os outros

O vão adorar.


Deixa-me rir

Deste mundo infame

Carunchoso e podre

Prestes a ruir

E daqueles que pensam

Ter o poder nas mãos

Mas ocos, vazios,

Numa angústia atroz

Se passeiam ufanos

Espalhando a dor

Destruindo famílias

Desprezando os velhos

Semeando desgraça

Fomentando rancor.


E, nesta vida,

De ilusão constante

Vou rir,

Para não chorar

De tanta farsa

Tanta hipocrisia

Tantos corações

Prenhes de riqueza

Vazios de alegria

Passeando ufanos

Querendo mostrar

Tesouros acumulados

Mas sem nada,

Mesmo nada,

Para partilhar.


Maria Sá

7/7/2011


Ver video de declamação do poema no Sarau de Poesia


Sem comentários:

Enviar um comentário