terça-feira, 2 de agosto de 2011

O feitiço da Póvoa

Será o teu mar imenso

O anilado do teu céu

As gaivotas a voar

O teu cheiro a maresia

O pescado fresco a saltar

As varinas a apregoar

Que sempre me encantaram

E me fizeram cá voltar?


Será este areal sem fim

O nevoeiro matinal

Este mar que ora é lago

Ora é fera indomável

Que em espuma se desfaz

Galgando o imenso areal

O vento Norte impiedoso

Que quase me faz tombar

Me irrita e me atrai

E sempre me faz voltar?


Diz-me, Póvoa,

Que feitiço tu escondes

Que ora amo, ora odeio,

Que com a tua doçura

E com o lindo pôr-do-sol

Me atrai e me seduz

Para eu sempre cá voltar

Para eu viver da tua luz

Da beleza do teu mar

E a felicidade encontrar?


É esta paixão que sinto

Por esta terra de extremos

Onde me deixo embalar

Qual barco a navegar

Ou, que em dias de tormenta,

Me obriga a enfrentar

Com coragem e ousadia

Esta vida de emoção

Esta luta do dia a dia.


Maria Sá

1/8/2011

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