Será o teu mar imenso
O anilado do teu céu
As gaivotas a voar
O teu cheiro a maresia
O pescado fresco a saltar
As varinas a apregoar
Que sempre me encantaram
E me fizeram cá voltar?
Será este areal sem fim
O nevoeiro matinal
Este mar que ora é lago
Ora é fera indomável
Que em espuma se desfaz
Galgando o imenso areal
O vento Norte impiedoso
Que quase me faz tombar
Me irrita e me atrai
E sempre me faz voltar?
Diz-me, Póvoa,
Que feitiço tu escondes
Que ora amo, ora odeio,
Que com a tua doçura
E com o lindo pôr-do-sol
Me atrai e me seduz
Para eu sempre cá voltar
Para eu viver da tua luz
Da beleza do teu mar
E a felicidade encontrar?
É esta paixão que sinto
Por esta terra de extremos
Onde me deixo embalar
Qual barco a navegar
Ou, que em dias de tormenta,
Me obriga a enfrentar
Com coragem e ousadia
Esta vida de emoção
Esta luta do dia a dia.
Maria Sá
1/8/2011
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