Nos tempos que correm, esquecemo-nos frequentemente que somos uns meros membros da Natureza.
Tenhamos a flexibilidade do bambu e o seu bom senso para nos agruparmos, criando elos indestrutíveis e que, só em caso de violentas tempestades nos poderão arrancar.
O bambu é frágil, mas extremamente maleável. Curva-se em reverência quando os ventos sopram fortes e apoia-se suavemente no colo dos seus irmãos para, em conjunto, resistir às tempestades.
Criemos famílias sólidas, com elos de amor e, veremos os débeis “bambus” que nós somos, a resistir inabalavelmente às situações mais críticas e desconfortáveis que a vida nos proporciona.
Juntemos também os bons amigos, aqueles que estão connosco (quer nas horas boas, quer nas más) e plantemos nos jardins das nossas vidas, “os bambus” que nós iremos proteger pela vida fora e que também nos protegerão quando essa ajuda solicitarmos.
Na nossa prepotência de homens modernos, pensamos que, com a ciência, tudo podemos fazer.
Mas, a Mãe Natureza, com todo o seu amor mas com a mão firme de uma verdadeira mãe, lembra-nos, atempadamente, que nos pode destruir se não a respeitarmos. Cada vez são mais frequentes os desastres ecológicos, a irreverência dos cataclismos climáticos, a destruição total ou parcial de cidades inteiras em que “Ela” nos mostra o seu pulso de ferro.
Seguidamente e, como qualquer mãe que se preza, vem acalentar-nos com o calor morno do sol, a beleza do céu azul, a suavidade das suas águas correntes e o perfume das suas flores.
E que fazemos nós, pobres e irresponsáveis mortais?
Ao contrário de aprendermos com os nossos erros, vamos uma vez mais, desesperar a sua infinita e maternal indulgência, passando por cima de tudo e de todos, para satisfazermos insaciavelmente o nosso egoísmo, a nossa sede de ambição e tirania.
Mas… a paciência tem limites e, não será de admirar que, num futuro não muito longínquo, ela chegue à conclusão que não somos dignos do seu afecto, do seu respeito e, muito menos do seu amor inesgotável que tão gratuitamente nos oferece.
Habituemo-nos a meditar uns minutos por dia nesta verdade que tentamos ignorar e, tenho a certeza que a felicidade que todos buscam sem cessar, passará a fazer parte do nosso dia a dia, tornando tudo mais harmonioso e duma beleza sem par.
9/10/2010
Maria Sá