sábado, 30 de maio de 2009

Manter a esperança em tempo de crise

Meu Deus, como é difícil manter a esperança com a crise que se está a passar!
Quantas pessoas desempregadas, quantas famílias com necessidades extremas, quantas crianças sofrendo, quantos jovens buscando o primeiro emprego e nada encontrando!...
Eu sei o quanto é difícil manter um sorriso quando o coração chora, dar uma palavra de conforto quando somos nós que precisamos dela, animar os outros quando nós próprios precisamos de consolo!...
É duro chegar ao fim do dia sem um cêntimo para mitigar a fome dos filhos, vermo-nos despojados das nossas casas, dos nossos haveres conseguidos com tanto esforço, tanto trabalho, tanto sacrifício!...
Mas, meditemos...
Ainda há pouco tempo víamos com mágoa as crianças deitando fora pães quase inteiros e bem recheados de fiambre, doce ou outras guloseimas, frutas boas embora ligeiramente pisadas no lixo, brinquedos novos abandonados, enfim, um sem número de exageros.
Adultos gastando quantias fabulosas em automóveis de luxo, casas bem apetrechadas, roupas caríssimas e um número astronómico de coisas supérfluas.
Todos nós carregamos mais ou menos essa culpa de termos gasto dinheiro em coisas desnecessárias. Ora, isto não seria bom para nenhum de nós.
Nossos filhos seriam criados com mimos inusitados ficando para sempre habituados a que tudo viesse ter com eles sem qualquer esforço da sua parte. Será que isso os iria tornar felizes?
Não nos deixemos abater pela crise, mas unamos esforços para juntos cultivarmos o amor ao próximo do qual iremos colher as mais belas flores pois, este jardim que Deus gratuitamente colocou nas nossas mãos estava tão abandonado, tão triste e isolado que rapidamente iríamos pagar bem caro o nosso desleixo.
As nossas crianças já quase não tinham pais pois, a primeira necessidade era trazer muito dinheiro para casa para que nada faltasse em termos de conforto.
Os velhinhos eram postos em lares ou definitivamente abandonados pois ninguém tinha tempo para eles.
Cada um vivia egoistamente para o seu bem-estar e a “felicidade” fácil.
No entanto, nunca se viram tantos divórcios, tantas crianças praticamente abandonadas, tanto egoísmo, tanto desinteresse por aqueles que sofrem.
Encaremos esta crise como uma lição de vida. Ajudemo-nos uns aos outros criando laços de amor que darão novamente perfume ao nosso jardim; habituemos-nos novamente a partilhar a alegria de ajudar e, estou certa, que sairemos desta crise mais unidos, mais fortes e, acima de tudo, a apreciarmos a verdadeira felicidade que existe mais no dar que no receber. Cultivemos este jardim do AMOR, arranquemos as ervas daninhas do egoísmo, da luxúria, do prazer imediato sem olhar a consequências, da vida fútil e sem sentido a que nos estávamos habituando e encaremos estes tempos difíceis com a coragem suficiente para conseguirmos sair mais enriquecidos, mais amigos, mais solidários e com o coração mais aberto para darmos o consolo que precisávamos, partilhando o pouco que temos com os que nada têm e aí, sim, sentir-nos-emos felizes por termos extraído tudo aquilo que estava a deteriorar todos os valores morais e toda a estrutura da família.
Não esqueçamos nunca que Deus é Pai e jamais nos abandonará.
Conservemos a fé e a esperança em dias melhores e juntos venceremos todos os obstáculos que se deparem neste caminho que é a nossa existência.

CORAGEM e FELICIDADES.

Maria Carolina da Silva Cardoso e Sá
24 de Maio de 2009

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