segunda-feira, 1 de junho de 2009

Ser criança, hoje...

Bebés tão fofinhos
Rostinhos rosados
Olhitos brilhando!
Mãozinhas de cera
Perninhas gorduchas
Sapatinhos de lã
Casacos quentinhos
Fofos, macios
Com lindos bonecos
Com fitas e laços
Assim vão crescendo…
Assim vão andando…

Há festas, há risos,
Prendas, alegria,
Crianças brincando
Correndo, saltando,
Plenas de vida
Cobertas de luz
Cabelos brilhando
As bocas vermelhas
As mãos plenas
De bons chocolates
Brinquedos caríssimos
Jogos,
Ursos de peluche,
Barbies, chorões,
Caminhas, carrinhos,
Mobílias pequenas,
Casas completas
Pr’as suas bonecas
Bolas de colecção,
Carrinhos, comboios
Que andam, recuam,
Fazem mil piruetas,
Palhaços, bailarinas,
Livros,
Bicicletas!...

Tanto brinquedo!...
Tanta fartura!
Para tão pouca criança!
Tudo é pago
A preços malucos
Tudo é dado
Para compensar
O amor e carinho
Que os pais ocupados
Não lhes podem dar.
Do tempo partilhado
Da vida vivida
Das histórias contadas
Na hora do sono
Já não é a mãe
Já não é o pai…
Há uma caixinha
Com muitos bonecos
Com lindas histórias
A televisão!...

É magia, é sonho…
Mas fria e distante
Não tem beijos quentes
Mãos carinhosas
Para aconchegar a roupa
Para consolar
Afastar o papão.
Mas, ela está lá…
E a criança agora
Já não tem os carinhos
Os contos, os mimos,
Da criança de outrora.

Maria Carolina da Silva Cardoso e Sá
(Zinha)
20/11/2004

Sem comentários:

Enviar um comentário