sábado, 6 de junho de 2009

Calor de Verão


Verão!
Calor! Praia! Sol!
Trabalho...
Um lar...
Filhos.
Canseiras,
Noites mal dormidas
Abnegação...
Angústia...
Loucura...
Paixão!...
Estação do calor
Dos frutos a crescer
Das férias de Verão.

Verão escaldante!
Corpos suados
Cansaço, luta...
Desilusão!...
Tanto trabalho...
Tanta labuta...
Azáfama constante,
Filhos crescendo
Anos de luta
De preocupação.

Onde estás Verão?
Passaste depressa
Entre risos e lágrimas
Árduas tarefas
Férias agradáveis
Cheiro a maresia
A searas ondulantes
Sabor a framboesa
A frutos maduros
A sardinha assada
A festas de S. João!...
Marchas coloridas
Balões no ar
Manjericos,
Fogueiras
Alegrias sem fim
Numa grande ilusão!

Vidas ceifadas
Nesta bela estação...
Luto, angústia
Tristeza, desilusão!...
Sonhos desfeitos
Risos perdidos
Uma nova vida
Nova provação!...

Lutar! Lutar! Lutar!
Lutar até à exaustão!
Vencer o medo
Criar novos estímulos
Para diversão!...
Agora... Os amigos...
Muitos se vão!...
Quem quer viver
Com o sofrimento?!...
A solidão?!...

Ficam os bons
Aqueles que são
Mesmo amigos
Do coração!
Cobrem-nos de mimos
Incentivam-nos
Ajudam-nos
A vencer o medo
O abandono
O triste arrastar
Da desilusão!...

Mais portas se abrem!...
O Sol vai entrando...
Desliza suave
Aquecendo o coração.
Carinhas redondas
Olhitos espreitando
Boquinhas risonhas
Palrando!... Palrando!...

São estrelas no céu
Da noite escura
Do sofrimento...
Brilham
Cintilam
Crescem ofuscantes
Rimos com elas
Passeamos
Brincamos
Voltando a encontrar
A felicidade matreira
Como que a desafiar!...
Anda, vem,
Vive, alegra-te...
Ainda há calor
Ainda há paixão!...
Alegria sem fim
Da vida presente
Da hora que corre
Do amor que brota
Neste coração!...

São crianças lindas,
Felizes, saltitantes,
Que beijam, abraçam
Com convicção
Correm fugidias,
Rolam no chão.
Fazem mil piruetas
Espalham brinquedos
Mimam as bonecas
Saltam velozes
Estatelam-se no chão.

São gotas de orvalho
Passaritos implumes
Brincam descuidadas,
Abrem caminhos neste coração
Que parecia morto
Apagado
Feito em cinzas
Espalhadas no chão...

Levantam-se os fumos
Dissolvem-se no ar
E, num torvelinho
Já vejo de novo
O Sol a brilhar.
Voam os dias
Passam os anos
Aumentam as estrelas!
No céu que era escuro
Já se vê a lua,
Já brilha o luar!...

A noite avança
A aurora espreita
E um novo dia
Começa a brilhar!
Já lá vem o Sol
O céu rosáceo aparece
Espraiando a luz
Que se aproxima
E que vem ajudar-me
De novo a ver o mundo
Com brilho,
Com luz,
Com calor e amor
Que me ajuda a viver
A querer lutar,
A começar de novo
A viver, a rir,
Construindo castelos
Mais fortes
Mais sóbrios
Mas mais resistentes
À vida que surge
E nos atira sem dó,
Sofrimentos amargos,
Perdas sem fim,
Angústia, tristeza,
Mas também muito amor,
Alegrias infindas,
Momentos inesquecíveis,
Amigos sinceros,
Força, vontade
Lutas vorazes
Que sem avisar
Entram em nós,
No nosso coração!...

Com serenidade,
Coração aberto,
Aceito o que a vida
Me vai aprontando...
Esperando com ardor
O que vai surgindo,
Lutando! Lutando!
E com alegria
O que a vida me traz.
Vivendo o momento
Com toda a alma,
Com todo o amor,
Que uma mulher
Sabe dispensar.
E com resignação,
Acolher o bem,
Acolher o mal,
Que surge no ar
Desta vida
Que fomos chamados
A viver! A amar!...

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